segunda-feira, 29 de março de 2010

O jornalismo dá adeus a um ícone


O Brasil se calou hoje. A segunda-feira amanheceu de luto, pois o jornalismo perdeu uma das figuras mais ilustres da história. Armando Nogueira morreu de câncer no cérebro às 7h de hoje, aos 83 anos. Ele lutava contra o tumor há três anos. O velório foi na Tribuna de Honra do Maracanã. Nada mais justo para um botafoguense que era tão apaixonado pelo futebol e pela seleção brasileira.
Nascido em Xapuri, no Acre, Armando Nogueira era formado em Direito no Rio de Janeiro. Além de comentarista e cronista esportivo, foi diretor da TV Globo e responsável pela implantação do jornalismo em rede nacional. No início da carreira foi redator, colunista e repórter. Atualmente, trabalhava no SportTV, apresentando o programa Papo Com Armando Nogueira, e na Rádio CBN, onde participava do CBN Brasil. Nas horas vagas, praticava voos de ultraleve, outra grande paixão de Nogueira.
Em sua bibliografia constam 10 livros sobre esporte. A mistura do olhar crítico com poesia e arte, fez com que suas frases tornassem-se antológicas. Dentre suas grandes pérolas, a definição que ninguém jamais conseguiu dar ao Rei Pelé: “Pelé é tão perfeito que se não tivesse nascido gente, teria nascido bola.”. É também de sua autoria o apelido de Garrincha: Anjo das Pernas Tortas. Era um admirador da palavra e da boa escrita. Nogueira definitivamente fez escola. Seu jeito irreverente e elegante de escrever atraiu fãs de todas as gerações, ao longo dos seus brilhantes 60 anos de carreira.
É o fim de uma era, pois Nogueira se junta a um time de literários esportivos incomparável. Agora, Nelson Rodrigues, Mário Filho, João Saldanha, Paulo Mendes Campos e Armando Nogueira podem discutir o futebol lá em cima, nos deixando com saudade. “Ele é o mestre de todos nós”, disse Armando Augusto Magalhães Nogueira, o Manduca, filho único do cronista. Além do filho, jornalistas, jogadores, amigos e admiradores deixaram homenagens e frases de um adeus doloroso. E eu, como futura jornalista esportiva, deixo aqui o meu “muito obrigado” ao ilustre e inesquecível professor Armando Nogueira.

“Para entender a alma do brasileiro é preciso surpreendê-lo nos instante de um gol” (Armando Nogueira)

Por: Carla Araújo

Um comentário:

Diogo de La Vega disse...

Sem dúvida alguma Armando Nogueira foi um ícone. Um dos mais ilustres jornalistas esportivos que eu tive a oportunidade de acompanhar em vida e, com certeza, um dos maiores da história. O Brasil sentirá uma falta imensa da sabedoria de um grande comentarista e apaixonado pelo futebol. E que a goleada do Botafogo de hoje seja uma forma de agradecimento a quem sempre ilustrou o esporte com muita graça e conhecimento.