terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Festa no Rio

(Leitores do “Elas no Jogo”, o blog não foi abandonado. O deixamos por um tempo, pois estávamos muito atoladas com faculdade e trabalho. Mas, agora que está tudo mais calmo, posso voltar a escrever. E não haveria momento melhor para tal fato...)


Nem os mais otimistas apostariam em um fim de ano como este para os clubes cariocas. Dois campeões e duas escapadas heróicas, em um 2009 histórico para os quatro grandes. Se olharmos um ano atrás, a imagem de decepção da maioria dos torcedores transformou-se em alegria e alívio.

O Vasco talvez tenha tido o resultado mais óbvio. O título da Série B do campeonato brasileiro era uma obrigatoriedade para o Gigante da Colina. Porém, mesmo assim, os torcedores o comemoraram muito, afinal, foi mais uma conquista inédita para o clube. Depois de um fim de 2008 desesperador (quem não se lembra do torcedor que quase se jogou da arquibancada em São Januário?), o Vasco precisava mesmo de um novo ano, para estabilizar a equipe e trazer melhorias para o clube.

Falando em campeão, quem merece mesmo os parabéns é o Flamengo. Após 17 anos, o Rubro-Negro carioca conquistou o campeonato brasileiro da Série A. O novo hexa-campeão do Brasil chegou a quase disputar o rebaixamento, mas teve uma reviravolta ao mudar o técnico e a postura da equipe. Andrade chegou para o comando do Fla, sem ser visto como esperança para os torcedores. Porém, o ex-jogador mostrou que não é só técnica nas quatro linhas que ele possui. A excelente visão de jogo proporcionou uma mudança estrutural na equipe da Gávea e uma arrancada espetacular, sendo um dos principais responsáveis pelo título. Além do Brasileiro, o Flamengo ainda conquistou o Carioca, tendo dois títulos no ano. Realmente, quem viu o time no final do ano passado, após perder a vaga para a Taça Libertadores na última rodada, não esperava um 2009 tão promissor.

Entretanto, nenhuma arrancada foi tão surpreendente quanto a do Fluminense. Nunca, na história do futebol brasileiro, um time reverteu uma situação de forma tão impressionante. Quem viu o Tricolor carioca perder do Flamengo na 27ª rodada e empatar com o Corinthians na 28ª, não esperava ver o clube na Série A em 2010. Os matemáticos chegaram a dizer que o Flu tinha 98% de chances de ser rebaixado. O clube precisava de 22 pontos em 30, ou seja, ganhar sete jogos em 10, além de empatar um. Para quem tinha tido, apenas, quatro vitórias em 28 jogos, era considerado impossível o Fluminense não cair. Mas, o milagre aconteceu e, na última rodada, o empate com o Coritiba cravou a permanência na primeira divisão do futebol brasileiro. Mesmo com a perda do título da Copa Sul-Americana, conquistado pela LDU, esse final de ano mostrou que o Fluminense tinha mesmo um “time de guerreiros”.

Um outro grande também escapou do rebaixamento na última rodada. O Botafogo não esteve na zona da degola por tantas rodadas quanto seu rival, mas nunca deixou de estar na parte de baixo da tabela. Um empate seria o suficiente para o Alvinegro cair para a segunda divisão, e o jogo era contra o Palmeiras, na luta pelas primeiras posições. Entretanto, o ano não poderia terminar mal para o Fogão. Em jogo tenso, o 2 a 1 foi como um título para os torcedores e jogadores.

É, leitores, muitos chegaram a dizer que o futebol carioca era precário e não tinha chance de conquistar nada. Talvez os cariocas tenham calado a boca de muita gente, e esse pode até ser o início de uma melhora nessa precariedade tão comentada. A volta das equipes para a verdadeira elite é algo necessário para o futebol do Brasil. Isso não só dentro de campo, como fora também. As torcidas deram show e estiveram presentes em situações boas e ruins de seus times. Flamengo, Vasco e Fluminense ficaram entre os cinco com melhor média de público em todas as séries do campeonato brasileiro. O Rio está, definitivamente, em festa!


Por: Carla Araújo


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Acelera, Button! Acelera, Brawn GP!


Pois é, não deu para Rubens Barrichello... A temporada de 2009 da Fórmula 1 ficou mesmo para Jenson Button. O título veio no último domingo, dia 18, em Interlagos, no Brasil. Com a obrigação de fazer boa pontuação, para adiar o possível título de Button, Rubinho chegou, apenas, na oitava colocação, mesmo largando na pole. O inglês foi o quinto, após largar em 14º, e alcançou os pontos necessários para ser campeão, antecipadamente. No GP do Brasil, Mark Webber, da RBR, foi o primeiro, Robert Kubica, da BMW Sauber, o segundo e Lewis Hamilton, da McLaren, o terceiro.
Jenson Button tem 29 anos e é corredor desde os oito. O inglês estreou na Fórmula 1 pela Williams, em 2000. Ainda muito inexperiente, terminou em quinto. Em 2001, correu pela Benetton e terminou em 17º no Mundial de Pilotos. Em 2002, sua equipe passou a se chamar Renault e, nesse ano, Button conquistou a sétima colocação. Nos anos de 2003 e 2004 foi a vez de correr pela BAR. Com 17 pontos, terminou em nono lugar, em 2003. No ano seguinte, teve sua primeira pole, conquistando a terceira posição na temporada. O ano de 2005 foi bastante conturbado para o inglês, com dificuldades no inicio da temporada, ainda na BAR. Além disso, estava com um problema contratual com a Williams (que viria a mudar de nome para Honda). Em 2006, correndo pela Honda, teve sua primeira vitória. Os dois anos seguintes, 2007 e 2008, não foram muito bons para Button, que somou, apenas, nove pontos nas duas temporadas.
Depois de todo esse péssimo retrospecto, quem diria que Jenson Button conquistaria o titulo em 2009? A mudança para a Brawn GP foi realmente boa para o inglês. Falando em Brawn GP, parece que a equipe tem tudo para comemorar neste ano. Além do campeonato de Button, há a grande possibilidade do vice-campeonato ser do segundo piloto, Barrichello. Isso sem contar no Mundial de Construtores, que a equipe já conquistou, não podendo mais ser alcançada.
Parabéns à Brawn GP e a Jenson Button, pela incrível conquista, muito merecida, da temporada da Fórmula 1 deste ano. Agora é torcer para que Rubinho alcance boa pontuação no GP dos Emirados Árabes, dia 1º de novembro. Com os resultados do GP do Brasil, Sebastian Vettel, da RBR, ultrapassou o brasileiro no Mundial de Pilotos. A diferença entre os dois é de, somente, dois pontos, ou seja, “vai que é tua, Rubinho!”.

Por: Carla Araújo

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Rio, eu gosto de você


(Caros leitores do “Elas no jogo”, perdoem o abandono do blog. Estas últimas semanas foram muito trabalhosas para nós. Por isso, estamos atrasadas em relação aos últimos assuntos esportivos. Porém, certas coisas não podem passar em branco por aqui.)


Na última sexta-feira, 2 de outubro, o Rio de Janeiro foi escolhido como sede das Olimpíadas de 2016. A decisão foi anunciada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), em Copenhague, na Dinamarca. Após a eliminação de Chicago e Tóquio, a disputa ficou entre a cidade brasileira e Madri. A final deu a vitória, expressiva, ao Rio: 66 votos a seu favor, contra 32 da cidade espanhola. Agora, a “cidade maravilhosa” tem cerca de sete anos para se preparar para esse grande evento, histórico no país.

Antes da decisão, no momento da apresentação final das cidades, a candidatura do Rio emocionou os integrantes do COI. A paixão do povo pelo esporte, a vontade e o esforço, para fazer os jogos na cidade, foram essenciais para a decisão. Isso porque podemos considerar essa como a maior conquista do país em relação ao esporte. O Rio de Janeiro tem pontos a seu favor, mas tem aspectos em que precisa melhorar. O que nos interessa aqui é justamente a parte estrutural da cidade, em relação a complexos esportivos e estádios.

O legado que ficou dos jogos Pan-americanos 2007 será muito útil em 2016. Por exemplo, o Complexo Aquático Maria Lenk, que não precisará de grandes mudanças. Próximo a ele, tem o autódromo, que vai ser demolido para a construção de um centro olímpico de treinamento. O novo autódromo será transferido para o Deodoro, onde terá competições de ciclismo, canoagem, hipismo, hóquei, etc. Outro local que terá diversas mudanças é o Maracanã. O local de abertura e fechamento dos jogos olímpicos terá que ser modernizado, para receber, também, as partidas de futebol masculino e feminino. O outro estádio do Rio é o João Havelange, Engenhão, que não sofrerá modificações radicais. Lá irão ocorrer as competições de atletismo, assim como no Pan-americano 2007.

Além do Engenhão, outras estruturas irão permanecer praticamente inalteradas, tendo apenas pequenas obras de modernização. Exemplos são a Lagoa Rodrigo de Freitas, para receber remo e canoagem, e a Marina da Glória, onde serão as competições de vela. O Maracanãzinho terá o privilégio de receber o vôlei, e a praia de Copacabana, o vôlei de praia. A Passarela do Samba, palco do carnaval carioca, terá a criação de novas arquibancadas, devido à maratona, que terá início e fim no local. Já o Riocentro, receberá judô, badminton, ginástica, etc.

Além das questões esportivas, outros projetos serão colocados em prática. O píer e a Praça Mauá sofrerão melhorias, para receber os turistas de transatlântico. Além disso, é preciso que sejam criados mais 12000 quartos de hotel, por exigência do COI, para o grande número de turistas. Já a Vila Olímpica terá que ser novamente construída. A que foi utilizada no Pan-americano tornou-se um grande empreendimento imobiliário que está às moscas. Porém, não poderá ser reutilizada. Assim, a nova Vila será na atual Cidade do Rock.


Por: Carla Araújo


terça-feira, 22 de setembro de 2009

Série C... de Campeão


No último sábado, dia 19, o Campeonato Brasileiro da série C - terceira divisão do futebol - chegou ao fim. Com a campanha de nove vitórias, dois empates e três derrotas, o América MG conquistou o título de 2009. O time de Minas foi consagrado campeão após a vitória apertada sobre o ASA-AL, por 1 a 0, no estádio Independência, em Belo Horizonte. No jogo de ida, em Arapiraca, a equipe mineira havia ganho por 3 a 1.
Apesar do mando de campo, da torcida animada e do placar a seu favor, a partida não foi fácil para o "Coelho" - apelido carinhoso dado ao América. O ASA conseguiu manter boa pressão durante todo o jogo, já que precisava tirar a vantagem do adversário. Dessa maneira, o gol dos donos da casa só saiu aos 44 do segundo tempo. Com gritos de "É campeão" desde os 30 minutos, o América sentiu o clima e Bruno Mineiro fez o gol da vitória. Porém, o jogo teve um aspecto ruim que deve ser lembrado: a falta de disciplina. Foram 10 cartões amarelos e um vermelho, este que deixou o ASA com um a menos. Além disso, ao final da primeira etapa, Zé Roberto, do América MG, e Tuti, goleiro do ASA, se desentenderam, iniciando confusão no gramado.
Ao lado do América, também subiram para a série B de 2010: ASA, Icasa e Guaratinguetá. Devido à criação da série D, este ano, quatro times foram rebaixados e irão disputá-la no ano que vem: Sampaio Côrreia, Confiança, Mixto e Marcílio Dias. Os artilheiros da competição foram Nena, do ASA, e Marciano, do Icasa, com oito gols cada um. Lembrando que a série C do Campeonato Brasileiro é diferente das séries A e B. São 20 times, divididos em quatro grupos, que disputam a primeira fase. Quatro se classificam para a segunda fase, onde são disputadas finais e semifinais, de onde sai o campeão.
Com 97 anos de história, desde 1912, o América MG já foi 15 vezes campeão mineiro e conquistou o titulo brasileiro da série B de 1997. Com a taça da série C de 2009 em mãos, o "Coelho" volta à segunda divisão do futebol brasileiro, depois de seis anos ausente. Os gritos de "O Coelhão voltou", ao final do jogo de sábado, mostraram que a torcida acredita em um 2010 promissor para o time de Minas. Os fogos, que duraram cerca de quatro minutos, como comemoração do campeonato, fecharam a bela festa mineira.

Por: Carla Araújo

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Welcome Champions League


Para os aficcionados pelo futebol europeu, o ano de 2009 só teve início agora. Começou a tão esperada Liga dos Campeões da UEFA, com seus 32 times divididos em quatro grupos. A taça mais importante da Europa está em jogo. Terça, 15, e ontem, 16, foram disputadas as partidas da primeira rodada da competição.
Logo no primeiro embate, um duelo de gigantes aconteceu no Grupo F. No estádio Giuzeppe Meazza, na Itália, Inter de Milão e Barcelona estrearam na competição, em jogo que ficou apenas no 0 a 0. A partida teve domínio dos visitantes espanhóis, e obrigou a equipe de Milão a se manter na defesa, tendo poucas chances de gol. Com esse empate, o grupo F tem como líder o ucraniano Dínamo de Kiev, que venceu, em casa, o russo Rubin Kazan por 3 a 1.
Outro empate aconteceu no grupo A. O Juventus, dos brasileiros Diego, que não jogou por conta de uma lesão, e Felipe Melo, tropeçou em casa, contra o Bordeaux. O empate em 1 a 1 deixou ambos com, apenas, 1 ponto. A primeira posição do grupo está ocupada pelo Bayern de Munique, que conquistou uma vitória tranquila sobre o Maccabi Haif, de Israel.
Também teve goleada na primeira rodada da Liga. No grupo C, o Real Madrid atropelou o FC Zurich, por 5 a 2, fora de casa. Este resultado coloca a equipe espanhola na primeira colocação. É seguida pelo Milan, que também venceu, mas com um placar menos expressivo: 2 a 1 sobre o Olympique de Marselha, também fora de casa. Os dois times que perderam seguem sem pontuar.
O grupo B teve um brilho especial e essencial de um jogador brasileiro. Na vitória do Wolfsburg sobre o CSKA, por 3 a 1, Grafite fez os três gols da equipe alemã, colocando o time em primeiro lugar e tornando-se o artilheiro da competição. Na segunda colocação vem o Manchester United, que derrotou o Besiktas por 1 a 0, como visitante, na Turquia.
Outro grupo que teve marca brasuca foi o G. Com gols de Luis Fabiano e Renato, o Sevilla estreou com vitória. O 2 a 0 sobre o Unirea, da Romênia, foi o suficiente para colocá-lo na primeira colocação. A outra partida do grupo foi entre Stuttgart e Rangers, que aconteceu na Alemanha. O jogo terminou empatado em 1 a 1.
Falando em brasileiros, Zico deu sorte ao novo clube que irá treinar. Na Grécia, viu a equipe do Olympiacos derrotar o AZ Alkmaar, pelo placar de 1 a 0. O outro jogo do grupo H foi entre Stardard Liege e Arsenal. O clube londrino conquistou uma suada vitória por 3 a 2 fora de casa, que o colocou na primeira colocação do grupo, seguido pelo Olympiacos.
O Atlético de Madri decepcionou seus torcedores ao empatar com o pequeno Apoel. O 0 a 0 ,dentro de casa, deixou a equipe espanhola na segunda colocação do grupo D. A primeira é do Chelsea, que estreou com vitória sobre o Porto por 1 a 0. Mesmo sem Drogba e Deco, o time inglês foi ao ataque e não desperdiçou os três pontos dentro de casa.
Finalmente, mas não menos importante, o grupo E tem o Liverpool como primeiro colocado. Com vitória sem brilho, a equipe inglesa bateu o estreante Debreceni, da Hungria, por 1 a 0. A outra partida foi entre Lyon e Fiorentina, que aconteceu na casa dos franceses. O time italiano foi derrotado pelos donos da casa, pelo placar de 1 a 0. Lyon é o segundo colocado do grupo, empatado com o Liverpool.

Por: Carla Araújo

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Arriba!

O Brasil, primeiro país sul-americano a se classificar para a próxima Copa do Mundo, enfrenta, amanhã, o Chile. A partida é muito importante para os chilenos. Eles estão em segundo lugar na tabela, com 27 pontos, e buscam os três pontinhos que faltam para a classificação. Já o Brasil, tenta, claro, vencer o jogo, para manter-se líder e aproveita para testar jogadores.

Para o jogo desta quarta, Dunga, com alguns desfalques, teve que fazer uma nova convocação. Káka, Lúcio, Luis Fabiano e Ramires, que estão suspensos por acúmulo de cartões amarelos, e Robinho, machucado, dão lugar a Diego Tardelli (Atlético-MG), pela 2ª vez convocado, e aos novatos André Dias (São Paulo), Diego Souza e Cleiton Xavier (ambos do Palmeiras).

O Brasil, que se classificou a três rodadas do fim, lidera as eliminatórias Sul- Americanas, com 30 pontos. Chile e Paraguai estão a três pontos da classificação, ambos com 27 pontos. Já a Argentina é a quarta colocada, com 22 pontos, e disputa vaga com a Colômbia, que está logo atrás, com 20 pontos.

O confronto Brasil e Chile acontece às 21h50m desta quarta-feira, no estádio do Pituaçu, na Bahia.

Por: Raysa Himelfarb

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

E a novidade?


Após o jogo contra a Argentina, no sábado, o Brasil conquistou a vaga para mais uma Copa do mundo: 2010 - Àfrica do Sul. A vitória por 3 a 1, sobre nossos maiores rivais, foi a passagem para a tentativa do hexa campeonato. Além disso, nos consagramos o único país que foi a todas as Copas.
A partida aconteceu em Rosário, Argentina. Sem cair na provocação da torcida adversária, a seleção brasileira teve atuação boa o suficiente para conquistar uma das quatro vagas sul-americanas. Luisão fez o primeiro gol do Brasil, após uma falta cobrado por Elano. O segundo veio dos pés de Luis Fabiano. Assim, o Brasil fechou o primeiro tempo com o placar a seu favor, e com a torcida brasileira provocando os argentinos.
A segunda etapa começou quente, mas Dátolo conseguiu diminuir para os donos da casa. Antes que a Argentina pudesse pensar em empate ou virada, Luis Fabiano fez o segundo dele no jogo e sacramentou a vitória. Com os dois gols, o "Fabuloso" tornou-se o artilheiro das Eliminatórias, com nove gols.
A importância desse jogo vai além do resultado que nos levou à Copa de 2010, antecipadamente. Há 41 jogos que os hermanos não perdiam em casa e foi apenas a segunda derrota da Argentina, como mandante, na história das Eliminatórias para a Copa. Além disso, a situação argentina ficou complicada: 4º lugar, com três partidas para jogar, sendo duas fora de casa - contra Paraguai e Uruguai.

Por: Carla Araújo

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Depoimento de uma viciada em futebol


Hoje não teremos texto das meninas. Vamos colocar um que a Desirée Lourenço nos mandou. Ela que acompanha nosso blog e também gosta muito de esporte:


"Eu tinha apenas 12 anos. Era viciada em futebol. Fazia escolinha desde os 8 e sabia de cor a escalação do Flamengo. Titular e reserva. Sabia cantar o hino inteirinho, logicamente. Era o orgulho do papai e em churrascos de familia sentava na mesa dos homens e discutia de igual pra igual sobre os jogos do fim de semana. Tinha opiniao, discutia e apresentava argumentos que uma menina de 10 anos não seria capaz de entender, afinal estavamos falando de futebol, ataque, meio de campo, o lateral que cruzava melhor, e o meia que ‘servia’ bem aos atacantes. No colégio era mais complicado, por muitas vezes tinha que usar de métodos injustos para ter uma chance de jogar com os meninos – como a bola era minha, se eu não jogasse, ninguem jogava. Mas era assim na primeira vez, depois os meninos passavam a me respeitar.

Mas tinham algumas coisas que eu continuava sem entender: minha mae vivia super preocupada, tudo isso porque eu tinha mania de tirar a blusa para comemorar os gols, na época de escolinha de futebol (na época, eu realmente não entendia qual era o problema). Meu pai, quando me viu conversando com os meninos falando palavrao, e segundo ele “quase coçando o saco,” também passou a desaprovar o fato da menininha dele jogar futebol. Fiz um acordo com eles na época, eu terminaria o ano na escolinha que estava, era a escolinha do Carlos Alberto Torres. Já estava escalada em um dos melhores times pra o campeonato do final do ano, não podia sair agora. E assim foi, eu pude participar do campeonato do final do ano.

Nesse dia eu levantei mais cedo, me arrumei com calma, separei tudo, meia, chuteira, camisa, calção e um short que eu usava por baixo do calção. E o manto sagrado, a blusa do Flamengo que eu mais gostava não podia faltar, mesmo que ela não saisse da mochila, ela teria que estar por perto. Foi a família inteira me assisir, afinal de contas, eles sabiam que eu mandava muito bem no esporte. Minha mãe estava preocupada com a minha canela, mal sabia ela que era melhor ela estar preocupada com a canela do time adversario (sempre fui meio estressada durante os jogos), meu pai estava preocupado em eu jogar bem. Ele me entendia. E a escolinha inteira estava prestando atencao naquela menina baixinha e magrinha que ia se destacando entre os meninos.

Final do campeonato, meu time contra o dos meninos mais velhos, no tempo normal foi 2 x 2. E aí, para a surpresa de todos, quando o juiz deu o apito final, começou a discussão se iríamos para a prorrogação ou para a disputa de penaltis. E entao, o Sr. Carlos Alberto Torres pegou o microfone e disse que quem ia decidir era a pessoa que mais estava se destacando até aquele momento. E chemou meu nome. Eu não sabia onde enfiar a minha cara, queria cavar um buraco e me esconder. Pra mim, já era normal ser uma menina no meio dos homens, mas ele não estava tão acostumado assim, ainda mais com uma jogando bem. Lá fui eu, após discutir com o meu time, dizer que queríamos a prorrogação.

Faltava pouco para terminar o primeiro tempo da prorrogação. Bola na área, meu time atacando, eu chegando pelo meio, cruzamento, a zaga tira e põe pra escanteio. Eu ia bater o escanteio, foi quando um colega do meu time disse pra eu ir pra área que ele ia bater, fui correndo, mas como era baixinha não chamei muita atenção, fiquei no segundo pau, praticamente sozinha, pulei e pedi a bola. Ele me viu, a bola veio rolando na minha direção, vi os rostos dentro da área se virarem seguindo a bola, os zagueiros tentavam, em vão, correr na minha direção, eu não precisei nem sair muito do chão. A bola veio na medida certa, só tive o trabalho de movimentar a cabeça. Glória. A última glória de uma viciada em futebol, que até hoje guarda o sonho frustrado de quem sabe ter sido muito boa."


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

"Série D" da Copa Sul-Americana


O jogo entre Flamengo e Fluminense, válido pela primeira fase da Copa Sul-Americana, pode ser definido em uma letra: “D”, de decadência. O clássico de ontem foi a segunda partida entre as equipes – a primeira terminou em 0 a 0 – e valia vaga na próxima etapa da competição. O rubro-negro jamais havia ganho um jogo da Sul-Americana e o tricolor vinha com a péssima imagem da última colocação no Campeonato Brasileiro.

O “D” começou logo antes da partida, nas arquibancadas. As duas torcidas, que geralmente dão show, independentemente da fase dos times, “lotaram” o Maracanã... de cadeiras vazias. Com um público presente de apenas 12.278 pessoas, nem parecia um clássico estadual em uma competição internacional.

Renato Gaúcho, que havia escalado os reservas no primeiro jogo, optou pela equipe titular do Fluminense. Do outro lado, o Flamengo de Andrade entrou em campo com o melhor que tinha disponível e sem Adriano. Porém, logo nos primeiros minutos, pôde-se observar que esses melhores estavam longe de ser muito bons. Um Fla x Flu pouco produtivo em um jogo que dava agonia de ver, com erros primários, cobranças mal feitas e muitos passes equivocados. Definitivamente, decadente. Para animar um pouco a partida, ao final da primeira etapa, o tricolor fez um gol. Roni abriu o placar, após pênalti sofrido por Kieza – penalidade essa mal marcada pelo juiz Carlos Chandía, do Chile.

O Flamengo voltou com a obrigação de virar o jogo – de acordo com o regulamento da Copa Sul-Americana, gol fora de casa é critério de desempate. Como a primeira partida tinha como mandante o Fluminense e acabou 0 a 0, uma vitória do tricolor, ou um empate com gols, dava a vaga a ele. O clube das Laranjeiras podia levar até um gol. E foi exatamente isso que aconteceu. Como o tricolor voltou a campo completamente defensivo, o rubro-negro conseguiu o empate. Entretanto, com o Flu abusando da cera e com dois jogadores do Fla expulsos, David e Fierro, o placar não foi modificado. Kieza ainda conseguiu marcar mais um para o Fluminense, mas o gol foi corretamente invalidado por Chandía.

Ao final da partida, os poucos presentes nas arquibancadas ainda trocaram provocações. De um lado os tricolores gritaram “eliminado”, do outro os rubro-negros responderam “segunda-divisão” – fazendo referência à posição do adversário no Brasileirão. Com esse resultado, o Flamengo segue sem vencer uma partida de Sul-Americana. Já o Fluminense, pega, na próxima fase, ou o Anzoátegui-VEN ou o Alianza Atlético-PER.

Mas e o “D”, será que vai continuar perseguindo os times no Campeonato Brasileiro?


Por: Carla Araújo


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Metade do Campeonato e de resultados iguais


O returno do Campeonato Brasileiro começou com uma rodada tranqüila e sem empates. O que chamou bastante atenção foi a quantidade de resultados 2 a 1: cinco de 10. Quase todos os donos de casa fizeram sua parte. Isso mesmo, quase todos... Comecemos, então, por um desorganizado Botafogo, que foi derrotado pelo Santo André, no Engenhão. Com o resultado de 2 a 1, para o time paulista, os dois trocaram suas posições, e o Bota entrou na zona de rebaixamento. Outro visitante que venceu, também por 2 a 1, foi o Corinthians, em cima do Internacional, com os dois gols irregulares da equipe de São Paulo. Em pleno Beira Rio, o Timão derrotou o Colorado e confirmou sua arrancada no Brasileirão.

Bem contrário à realidade dos bons visitantes, o Grêmio segue sem conseguir uma vitória fora de casa. Dessa vez, na Vila Belmiro, o Santos fez 1 a 0 e deixou a torcida aliviada, que não via o time vencer em casa há quase um mês. Outro paulista que conquistou mais três pontos foi o Barueri. Dentro de casa, derrotou o lanterna Sport por 2 a 1. Após estar em desvantagem, o Leão ainda conseguiu empatar, mas não evitou mais uma derrota no Campeonato.

Porém, nem todas as equipes São Paulo foram bem nessa rodada. O líder Palmeiras quase arrancou um empate em Coritiba, mas o Coxa conseguiu um gol de pênalti no final da partida. Com esse 1 a 0, o Verdão ainda é líder, e o Coritiba conseguiu aliviar um pouco sua tensão. O Vitória bateu o Atlético-Pr por 2 a 1. Em jogo morno, os donos da casa conseguiram ganhar, após cinco partidas sem encontrar a vitória. O São Paulo derrotou o Fluminense por 1 a 0 no Morumbi. Mesmo com o domínio do carioca na segunda etapa, parece que o pó-de-arroz está mesmo sem sorte. “Nada dá certo”, lamentou o ex-zagueiro Thiago Silva, atual jogador do Milan e torcedor tricolor. Enquanto o Fluminense está em situação desesperadora, o São Paulo se firmou de vez no topo da tabela.

Parece que o futebol carioca anda mesmo bem precário. Além dos maus resultados de Botafogo e Fluminense, o Flamengo conseguiu ser derrotado pelo Cruzeiro em pleno Maracanã. O 2 a 1 do time de Minas foi o suficiente para deixá-lo em uma situação um pouco mais confortável na tabela. A outra equipe mineira teve um resultado diferente: 2 a 2. Jogando em casa, contra o Avaí, o Atlético-Mg, apenas, empatou, mas conseguiu voltar ao G4. Em outra partida, o Goiás perdeu a oportunidade de dormir líder do Campeonato. Isso porque perdeu por 2 a 0 do Náutico, que permanece na zona de rebaixamento. O jogo aconteceu nos Aflitos.

Agora, mais do que nunca, as equipes precisam conquistar os pontos, pois cada rodada é decisiva. Para os que estão em baixo na tabela: correrem contra o tempo e fazer o que não fizeram em metade do campeonato. Para os que estão em cima na tabela: correrem contra o tempo e fazer mais do que fizeram em metade do campeonato. Para os 20 times: buscarem vitórias e conseguirem dormir tranqüilos, com a sensação de dever cumprido.


Por: Carla Araújo


domingo, 16 de agosto de 2009

O mais rápido do mundo.


Com descontração e bom humor antes mesmo de bater seu próprio recorde mundial, Usain Bolt afirma que treina duro para poder se divertir até nos minutos que antecedem uma prova tão importante.
Nos jogos olímpicos de Pequim, no ano passado, Bolt foi o campeão de atletismo na prova dos 100 metros rasos, porém, no Mundial de Berlim, o corredor baixou em 11 centésimos seu próprio recorde e continua sendo o homem mais rápido do mundo, tendo percorrido os mesmos 100 metros em 9s58.
Este era o título que faltava na estante do corredor e, para consegui-lo, Bolt desbancou Tyson Gay, que ficou com a medalha de prata, e Asafa Powel, medalhista de bronze.
Em entrevista após a prova, o americano Tyson Gay garantiu que Bolt não é imbatível, mas exaltou a prova e disse estar muito feliz com o resultado.

Por: Paula Conti de Campos

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Mais um título em jogo


Alguns dizem que não é torneio importante, outros falam que é desculpa de quem não conseguiu vaga para a Copa Libertadores. Mas, críticos à parte, o que importa é que a Copa Sul-Americana é mais um título que times da América do Sul disputam anualmente. Em 2008, o Internacional foi o campeão. O colorado foi a primeira equipe brasileira a conquistar um título nessa competição.

Este ano, os brasileiros que estão na disputa são: Atlético-Mg, Atlético-Pr, Botafogo, Coritiba, Flamengo, Fluminense, Goiás, Internacional e Vitória. E logo na estréia dos times do Brasil, um clássico estadual: Flamengo e Fluminense já se enfrentam na primeira fase, e com equipes bem modificadas. A partida acontece hoje, no Maracanã. Ainda esta semana, outro jogo entre brasileiros: Vitória x Coritiba vai ocorrer amanhã, na casa do Leão. Atlético-Mg, Atlético-Pr, Botafogo e Goiás só jogam no final de agosto e início de Setembro. O Inter só participa da competição a partir das oitavas de final, já que foi o último campeão.

Entretanto, outras partidas já aconteceram nesta Sul-Americana 2009. Zamora, da Venezuela, perdeu de 1 a 0 para o Emelec, do Equador. Universidad do Chile venceu o Deportivo Cali, da Colômbia, por 2 a 1. Dois jogos terminaram empatados: 1 a 1 entre Anzoátequi, da Venezuela, e Alianza Atlético, do Peru; e 2x2 entre La Equidad, da Colômbia, e Unión Española, do Chile. A LDU, do Equador, venceu o Libertad, do Paraguai, por 1 a 0.

Porém, nem tudo é uma maravilha no mundo do futebol, como todos sabem. No jogo entre Blooming, da Bolívia, e River Plate, do Uruguai, o árbitro Victor Hugo Carrillo teve que interromper a partida, aos 20 minutos do segundo tempo. Isso porque um torcedor invadiu o gramado e agrediu um dos jogadores uruguaios. Além disso, bombas foram atiradas no campo para atingir outros atletas. Os visitantes venciam por 1 a 0, e o incidente ocorreu logo após o gol.

Em termos de título, a Argentina é a maior detentora, com quatro taças sul-americanas. Brasil, Peru e México têm um título cada. E este ano, quem será o campeão? Será que a hegemonia argentina vai continuar se confirmando? Será que os times brasileiros vão saber levar duas competições simultâneas? Enquanto não sabemos as respostas para estas perguntas, ficamos na torcida por mais uma taça para o Brasil.


Por: Carla Araújo


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Ele está de volta!


No dia em que completou seu milésimo jogo pelo Campeonato Brasileiro, a equipe do São Paulo deu grandes motivos para o torcedor ficar admirado e comemorar. Com gols de Washington, Jorge Wagner e Borges, a equipe paulista parece ter acordado após ficar a um passo da zona do rebaixamento. Dentro de casa o time venceu o Goiás, que também vinha embalado por cinco vitórias seguidas atuando longe do Serra Dourada.
Com a quinta vitória consecutiva no campeonato, o São Paulo, comandado por Ricardo Gomes, assumiu a quarta colocação e está de volta ao G-4, com 30 pontos. A equipe desbancou o Internacional, com 27 pontos, porém um jogo a menos (a equipe gaúcha enfrenta o Sport, no Beira-Rio, segunda-feira, às 21h).
Aos gritos de "o campeão voltou, o campeão voltou", a torcida embalava o time, que marcou dois dos três gols da partida nos acréscimos. Um no primeiro tempo e outro no segundo.
Por fim, Borges admitiu estar muito feliz com as vitórias seguidas do São Paulo e deixou claro que não existe rivalidade entre os atacantes, e sim uma competição sadia e até divertida para ver que jogador será artilheiro da equipe paulista ao fim do campeonato (Washington tem 6 gols, seguido de Borges e Dagoberto, com 5 cada um).


Por: Paula Conti de Campos

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Enquanto isso, na F-1...


Hoje o assunto não é futebol... O automobilismo entra em questão.

Acidentes nos Grandes Prêmios são comuns. Alguns mais leves, outros que merecem maior atenção... E há ainda aqueles que acabam com a vida do piloto. Todo corredor de Fórmula 1, e de qualquer tipo de corrida, sabe os riscos que sofre ao participar de uma competição. Cada ano que passa, a tecnologia aumenta em favor de um melhor desempenho nas pistas. Mas, mesmo depois de tantos investimentos, em muitos fica a dúvida: é possivel obter segurança na F-1, ou os acidentes são inevitáveis?

No último sábado, 25, a vítima foi Felipe Massa. Ainda no treino classificatório do GP da Hungria, o brasileiro chocou-se com uma pilha de pneus de proteção, após perder o controle de sua Ferrari. O motivo foi uma peça que saiu do carro de Rubens Barrichelo e acertou o capacete de Massa, perfurando-o e atingindo uma região próxima ao olho do piloto.

Que brasileiro não lembrou do terrivel acidente que envolveu Ayrton Senna? A semelhança entre os dois acidentes é incrivel. Senna morreu em 1994, após chocar-se com um muro de concreto, no GP de San Marino, em Ímola. Nem todos sabem, mas, no treino classificatório do mesmo GP, Barrichelo, que ainda era considerado um novato na época, também sofreu um grave acidente. Rubinho bateu violentamente em uma pilha de pneus, e não pôde participar da corrida, pois teve que ficar no hospital.

Não participar de alguma corrida... É o que nenhum piloto espera. Massa não acreditou quando soube que Lewis Hamilton fora o vencedor na Hungria. "Essa corrida era minha", falou o brasileiro. Depois do susto, de exames, do coma induzido, da operação e de muitas especulações, Felipe continua internado no hospital, mas saiu da UTI e passa bem. O brasileiro ja conversa e só não lembra do momento do acidente - o que é bem melhor para ele, cá entre nós.

Bernie Ecclestone, chefe comercial da Fórmula 1, não acredita que verá o brasileiro nas pistas ainda em 2009. O dirigente acha que Felipe Massa só terá condições de voltar à F-1 no ano que vem. De qualquer maneira, alguém precisa substituir o brasileiro até que possa correr novamente. É ai que entra em cena aquele velho conhecido: Michael Schumacher. O alemão aceitou o desafio, mesmo depois de ter encerrado a carreira. "É verdade que o capítulo Fórmula 1 já estava encerrado para mim completamente, mas também é verdade que, por razões de lealdade à equipe, não posso ignorar esta situação infeliz.", disse o piloto.

O que nos resta, agora, é esperar e acreditar numa possível melhora na segurança da Fórmula 1. Enquanto isso, assistimos às corridas, agora com um novo, mas antigo, piloto de automobilismo. Boa sorte na volta de Michael Schumacher e na recuperação de Felipe Massa.


Por: Carla Araújo


quarta-feira, 22 de julho de 2009

Viagem sem conexão


O vai-e-vem no mundo do futebol já é assunto antigo. Mas, como sempre, gera muitas discussões. "O amor que sinto por esse clube é muito grande". Essas foram palavras do volante Cristian, ex-jogador do Corinthians, transferido, na última terça-feira, para o Fenerbahçe, da Turquia. O que foi dito pelo atleta nos faz refletir em relação a uma pergunta: o que vale mais, dinheiro ou amor à camisa? Muitos são os brasileiros que saem daqui rumo a times europeus, e até da Arábia, com a expectativa de brilharem e chegarem à seleção brasileira. Ganhar mais e viver em melhores condições são atrativos fundamentais. A verdade é que o sonho de qualquer atleta é poder atuar na Europa. Quando a janela de transações se abre, é um pesadelo para os clubes e torcedores, que tentam ao máximo a permanência de seus melhores atletas. Dificilmente, uma equipe permanece a mesma após o mercado do meio do ano. Isso se torna uma barreira, visto que estamos no meio de uma competição importante, como o Brasileirão.

As propostas são, na maioria das vezes, irrecusáveis e raros são os jogadores que permanecem em seus times por amor. Raros? Por que não dizer nenhum? Zico, na época em que jogava, atuou toda a sua carreira no Flamengo, por amor à camisa rubro-negra. Hoje em dia, não vemos mais essa "prova de amor". Rogério Ceni talvez seja o caso mais próximo. O goleiro está no São Paulo há 19 anos. Mas, e o que dizer da polêmica declaração dita pelo atacante Pedrão, ex-Barueri, antes de ser transferido para o Al Shabab? "Tomara que seja meu último jogo aqui, que seja a minha despedida. Na segunda-feira, eu viajo para Dubai com o presidente do Barueri e já vou com a minha esposa porque eu quero sair, preciso sair e vou acertar com o Al Shabab". É ou não é para deixar qualquer torcedor irritado?

André Santos, ex-atleta do Corinthians, teve sua transferência ontem, juntamente com o já citado Cristian, e para o mesmo clube que o colega. Esta semana, mais dois jogadores foram negociados com o futebol europeu: Weldon, ex Sport, foi para o Benfica, de Portugal. Lima, ex Avai, foi vendido, ontem, para o Metalist FC, da Ucrânia. Desde o inicio do Campeonato Brasileiro, mais seis atletas foram transferidos para o exterior. Dentre eles, nomes como Keirrison, ex-Palmeiras, Ramires, ex-Cruzeiro, e Ibson, ex-Flamengo.

"Mas, pretendo atuar no clube [Botafogo] novamente, antes de encerrar a minha carreira. Se retornar ao Brasil, quero que seja para o Botafogo". Isso foi o que disse Maicosuel, ex-meio-campo do Botafogo, ao ser negociado com o Hoffenheim, da Alemanha. A verdade é que palavras como as do atleta sempre são ditas nas despedidas. A questão é: será que eles voltam? Enquanto a resposta não vem, os clubes tentam manter seus jogadores, mesmo que muitos deles já tenham recebido proposta do exterior.


Por: Carla Araújo


segunda-feira, 20 de julho de 2009

Futebol Precarioca


Eu podia comentar sobre todos os jogos dessa 12ª rodada da Série A do Brasileirão, mas vou me reter a falar somente da participação dos times cariocas nela. O motivo? Simples. Fluminense, Botafogo e Flamengo, novamente, decepcionaram dentro de campo, evidenciando a situação precária na qual o futebol carioca se encontra.

Nesta rodada, o Fluminense fez com que sua torcida perdesse de vez a paciência. No sábado, saiu do Maracanã derrotado pela sétima vez consecutiva, com um placar nada singelo: 4x1 para o Goiás. A partida foi marcada por erros básicos, como bolas encontrando atacantes do rival, ao serem rebatidas para a entrada da área. No primeiro tempo, o Flu até foi um pouco melhor e conseguiu anular o time adversário, mas só porque os goianos estavam muito recuados e erravam muitos passes. Ou seja, o time carioca estava melhor, porque o Goiás estava mal. No começo do segundo tempo, Ruy fez uma bela jogada, marcando o gol e dando esperança para os tricolores. Porém, os visitantes não se omitiram e balançaram a rede duas vezes em apenas dois minutos, Ramalho aos 14 e Júlio César aos 16. No Maraca, então, logo começou a ecoar vaias e muitas cobranças dos torcedores. Mas, não adiantou. Empolgado, o time goiano ainda fez mais dois, Felipe aos 26 e Iarley aos 35, selando de vez a crise no Fluminense.
A situação do tricolor é reflexo de seus problemas internos. O clube está afundado em dívidas que não devem ser equacionadas nem tão cedo. Além disso, o Flu e a Unimed não estão se entendendo muito bem. As contratações são mal planejadas, a parte técnica é uma bagunça, só se preocupam com o marketing. O patrocinador gasta uma grana alta, e, mesmo assim, não se vê resultados positivos. Hoje, foi anunciada a contratação de Renato Gaúcho como técnico, de novo. Será que vai adiantar?
O pior não é nem a penúltima colocação, e sim a falta de credibilidade, talento, atitude. Um clube partido por dentro influencia a atuação da equipe em campo. E quem sofre são os torcedores que, se tudo continuar do jeito que está, terão que viver de novo a tristeza do rebaixamento.

O clássico Flamengo e Botafogo, domingo, até foi bastante disputado e teve alguns (talvez dê pra contar apenas com os dedos de uma mão) belos lances. Os dois times realmente buscavam a vitória e tiveram garra, mas não conseguiram fugir do tradicional empate de 2x2. No primeiro tempo, o Botafogo abriu o placar, aos 34 minutos, com um gol de Alessandro. O lance era irregular, mas nem o bandeirinha, nem o árbitro marcaram o impedimento. O Flamengo correu atrás e empatou, aos 40 minutos, com um gol de cabeça de Adriano, após uma cobrança de falta. No segundo tempo, o Bota saiu na frente de novo, com Renato, de cabeça, e tentou segurar o 2x1. Mas, já perto do fim, aos 43 minutos, Emerson deixou tudo igual de novo.
O grande ponto negativo foi a enorme quantidade de passes errados, de ambos. Foram gritantes. Além disso, a zaga rubro-negra não ganhava uma bola pelo alto. Os destaques foram os chutes do botafoguense Juninho. Ele, em todas as cobranças de falta, acertava uma bomba no gol, dificultando a vida do goleiro Bruno. Foi, inclusive, com rebote de uma falta cobrada pelo zagueiro, que o Alessandro fez o primeiro gol do jogo.
Depois de uma partida feia no Maracanã, cada time somou um ponto e o Botafogo passou a ser o 17º colocado da competição, entrando, assim, na zona de rebaixamento. Já o Flamengo se manteve como 10º na tabela.

O futebol carioca sai perdendo. Já tem apenas 3 representantes no campeonato (lembrando que o Vasco está na série B) e pode ver mais um, ou quem sabe até dois, se despedindo este ano. Fora isso, a chance de um time carioca ir para a Libertadores já é pequena, quanto mais ser campeão. É uma pena.


Por: Raysa Himelfarb

domingo, 19 de julho de 2009

Feliz dia do Futebol!

Hoje é o Dia Nacional do Futebol e, comemorando esta data, 16 times entram em campo, pela 12ª rodada da série A do Brasileirão. Às 16h, se enfrentam Cruzeiro e Corinthians, Grêmio e Internacional, Vitória e Atlético-MG, São Paulo e Santos e Atlético-PR e Coritiba. Às 18:30 é a vez de Flamengo e Botafogo, Sport e Avaí e Barueri e Náutico jogarem.

O confronto entre Cruzeiro e Corinthians retrata duas realidades diferentes. O Corinthians vem embalado na competição, principalmente após o título da Copa do Brasil. No entanto, o Cruzeiro tenta a reabilitação psicológica após a perda do título da Copa Libertadores para o Estudiantes da Argentina, na última quarta-feira. Os técnicos dos dois times não revelaram a escalação, mas, no Timão, Ronaldo está confirmado para, após cinco anos, reencontrar o Mineirão. Douglas e Dentinho ficam de fora, suspensos pelo terceiro cartão amarelo. Para ajudar a Raposa, Kléber abriu mão de sua lua-de-mel e joga.

Já a partida entre Grêmio e Internacional vale mais que os bem-vindos 3 pontos. O clássico gaúcho completou, ontem, 100 anos de muita rivalidade. Além disso, o Inter quer voltar a ser o primeiro na tabela e vem cheio de mistérios para a disputa. A boa notícia para os Colorados é que D’Alessandro participa do jogo, já que ganhou efeito suspensivo do STJD após receber 60 dias de suspensão pela confusão na final da Copa do Brasil. Mas, Magrão e Glaydson não jogam, pois ambos foram expulsos na última partida. O Grêmio, apesar de também estar desfalcado (o lateral-direito William Thiego foi expulso contra o Coritiba, e o zagueiro Léo está suspenso pelo terceiro cartão amarelo), tem o Olímpico e a volta da dupla argentina Herrera e Maxi López como seus aliados.

O Atlético-MG também tenta voltar à liderança. Para isso, precisa passar pelo Vitória, no Barradão. Sua missão pode ser facilitada, já que a zaga titular do rubro-negro não entrará em campo. Wallace foi expulso e Anderson Martins e Victor Ramos levaram o terceiro amarelo. Entretanto, o Galo não conta com seu artilheiro, Diego Tardelli, suspenso. Quem deve substituí-lo é Alessandro.

No Morumbi, São Paulo e Santos prometem um jogo bastante disputado. Os dois times estão em situação complicada no campeonato e tentam se recuperar. O tricolor paulista está há três rodadas sem vencer, já o rival tem a pior defesa do Campeonato Brasileiro e, para complicar ainda mais, não pode contar com o zagueiro Fabão e o volante Rodrigo Souto, suspensos.

Atlético-PR e Coritiba também buscam a recuperação, na Arena da Baixada. O Furacão, 14º colocado na tabela, aposta no bom momento do meia Marcinho para sair com a vitória. Já o Coxa, 12º, conta com Marcelinho Paraíba para subir algumas posições.

No Maracanã, Flamengo e Botafogo tentam fugir do tradicional empate. O alvinegro é considerado por muitos o favorito. Ele venceu o Avaí no sábado passado, teve toda a semana para treinar e o único problema é o goleiro Renan, que está contundido. O rubro-negro não conta com seu reforço para a defesa, Willians, que está suspenso. A esperança da torcida é que os gols de Adriano compensem a fragilidade defensiva do time.

Cinco colocações na tabela é o que separa, agora, o Sport (13º) do Avaí (18º). Porém, hoje, os dois vão se encontrar. O lugar marcado é a Ilha do Retiro. A equipe catarinense vem de uma vitória contra o Goiás (2x0), na última rodada, e deve manter o mesmo elenco. O rubro-negro está desfalcado e, por conta disso, deve isolar Wéldon à frente e adiantar Luciano Henrique.

Na Arena Barueri, o time da casa tenta voltar ao G4 e o Náutico busca deixar a última posição da tabela para o Fluminense, que perdeu ontem. O Barueri, mesmo sem Leandro Castan, Márcio Careca e Everton, suspensos pelo terceiro amarelo, e Ralf, é o grande favorito.

Por: Raysa Himelfarb

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Rodada dos... cartões


Na 11ª rodada do Brasileirão, a primeira de meio da semana, não foram os clássicos nacionais que chamaram atenção, não. Em 19 jogos, 51 cartões amarelos e 11 vermelhos, considerando que somente em três partidas, este último não foi mostrado. O número de amarelos não foi tão alto, em comparação com as rodadas anteriores. O que chamou atenção, de verdade, foram as expulsões de campo. O melhor exemplo foi o jogo Internacional x Fluminense, em que quatro jogadores foram expulsos direto, sem levarem cartões amarelos. O jogo no Beira-Rio terminou 4x2 para o Colorado, afundando ainda mais o tricolor das Laranjeiras - que, mais uma vez, perdeu o artilheiro Fred. Como? Expulso por agressão, novamente.

O rival do time carioca também não anda muito bem. Em pleno Maracanã, e com um gol anulado de Adriano, o Flamengo perdeu para o Palmeiras, com o placar final de 2x1. Essa foi uma das partidas que o vermelho não foi mostrado. Outra que só teve cartões amarelos foi Goiás x Avai, em que o visitante surpreendeu o Esmeraldino pelo placar de 2x0. Com esse resultado, o Avai saiu da última colocação do Campeonato. Atlético Mg e São Paulo também não tiveram jogadores expulsos, na partida de ontem. Com a vitória do time mineiro por 2x0, o Galo voltou à liderança e confirmou, ainda mais, a crise que os são paulinos vêm sofrendo.

Outra partida com muitos cartões vermelhos foi Coritiba x Grêmio. Em jogo que o visitante largou na frente e estava melhor, o número de cartões foi fator decisivo. Os três jogadores expulsos, nessa partida, eram gremistas, inclusive o goleiro Victor. Por conta disso, o Coxa virou e venceu pelo placar de 2x1. Outra virada aconteceu no Pacaembu. Apesar do susto que o Sport deu, e de estar melhor em campo, o Corinthians conseguiu dominar a partida e se recuperar. Com dois gols de Ronaldo, a equipe paulista venceu a pernambucana por 4x3. Em outra partida da 11ª rodada, o Atlético-Pr não segurou o Santo André, que jogava em casa. No jogo em que as duas equipes tiveram ritmo bastante lento, melhor para o time do ABC paulista, que venceu por 1x0.
Apenas dois empates ocorreram na 11ª rodada do Brasileirão. Um deles aconteceu entre Náutico e Vitória, que terminou 1x1. Na estreia de Geninho, no Timbu, os donos da casa não aproveitaram as boas chances e se mantiveram na última colocação do Campeonato. Em situação completamente diferente, mesmo com o empate, o Vitória conseguiu permanecer no G4. O outro empate foi no jogo Santos x Barueri, com Vila Belmiro vazia e protesto dos torcedores santistas. Em partida que o visitante parecia conseguir uma vitória surpreendente, o Peixe reagiu e arrancou um empate suado de 3x3. Com o resultado, o caçula Barueri dormiu na quinta colocação.
Não posso deixar de parabenizar o Vasco pela vitória fora de casa, na série B do Brasileirão. Na terça, contra o Vila Nova, o Gigante da Colina fez dois gols e não levou nenhum. Resultado, esse, que o colocou na 5ª colocação da segunda divisão. É importante lembrar, também, aos leitores, que o jogo entre Cruzeiro e Botafogo irá acontecer no dia 27 de agosto, por conta da final da Taça Libertadores. Mas, a pergunta que não quer calar: será que a fome por cartões vermelhos vai continuar no Campeonato Brasileiro?


Por: Carla Araújo


segunda-feira, 13 de julho de 2009

E a casa caiu


“Salve-se quem puder”. As famosas palavras nunca caíram tão bem para o mundo futebolístico. Em um dia como o de hoje, em que três técnicos brasileiros foram demitidos, iniciamos esse blog para mostrar que mulher também entende de futebol. Antecipo-me dizendo que não é porque gostamos mais desse esporte, que ignoramos a existência dos outros. Pelo contrário, se for necessário, comentaremos fatos importantes dos mesmos. Sem mais delongas, voltemos ao assunto inicial...

Ao final da décima rodada do Campeonato Brasileiro, neste domingo, três treinadores tiveram que abandonar seus cargos. Carlos Alberto Parreira foi demitido do Fluminense após ver o tricolor perder, em casa, para o Santo André e, por conta do resultado, entrar na zona de rebaixamento. Vagner Mancini foi dispensado do Santos ao ser derrotado por 6 a 2 pelo Vitória. Por fim, Márcio Bittencourt foi demitido do Náutico, após sofrer goleada diante do Palmeiras.

Mas, para quem acha três saídas um grande número para um dia, o que dizer de nove para dez rodadas de uma competição? Pois é... Lá no inicio do Brasileirão, mais precisamente na quinta rodada, o Atlético-Pr dispensou o técnico Geninho - que, alias, foi anunciado, hoje, como novo treinador do Náutico, após a saida de Bittencourt. E vejam como o destino é engraçado: algumas rodadas antes, Waldemar Lemos trocou esse mesmo Náutico por aquele Atlético-Pr, sem ser demitido. Além dessas duas trocas de treinadores, outras quatro ocorreram. Ficaram desempregados Vanderlei Luxemburgo, ex Palmeiras, Muricy Ramalho, ex São Paulo, Nelsinho Baptista, ex Sport e Marcelo Rospide, ex Grêmio, lembrando que essas aconteceram nas primeiras rodadas do Campeonato.

A verdade é que a queda de treinadores está cada dia mais comum no futebol. Não só esses técnicos tinham chance de sair de seus clubes, como outros já tiveram, ou ainda têm, seus cargos ameaçados. Dificilmente, vemos um treinador que passe anos em uma única equipe - até o Muricy Ramalho, que, cá entre nós, era eterno no São Paulo, caiu. Mas, estranho mesmo é quando comparamos os números brasileiros com os europeus. Desde o inicio da era dos pontos corridos no Brasileirão, em 2003, o Fluminense trocou de técnico 17 vezes. Na Itália, a Inter de Milão trocou apenas três. Será que o problema é com os treinadores nacionais?

Fica a pergunta no ar... E nesse vai-e-vem de técnicos, quem sofre é o time, porque é importante lembrar que futebol não é igual a Jornalismo, que você presencia um fato e escreve sobre ele. No futebol é preciso tempo: não é pegar uma equipe e treinar, é preciso conhecer. E conhecimento, meus caros, leva tempo. É por isso que eu digo: "Salve-se quem puder".


Por: Carla Araújo