segunda-feira, 20 de julho de 2009

Futebol Precarioca


Eu podia comentar sobre todos os jogos dessa 12ª rodada da Série A do Brasileirão, mas vou me reter a falar somente da participação dos times cariocas nela. O motivo? Simples. Fluminense, Botafogo e Flamengo, novamente, decepcionaram dentro de campo, evidenciando a situação precária na qual o futebol carioca se encontra.

Nesta rodada, o Fluminense fez com que sua torcida perdesse de vez a paciência. No sábado, saiu do Maracanã derrotado pela sétima vez consecutiva, com um placar nada singelo: 4x1 para o Goiás. A partida foi marcada por erros básicos, como bolas encontrando atacantes do rival, ao serem rebatidas para a entrada da área. No primeiro tempo, o Flu até foi um pouco melhor e conseguiu anular o time adversário, mas só porque os goianos estavam muito recuados e erravam muitos passes. Ou seja, o time carioca estava melhor, porque o Goiás estava mal. No começo do segundo tempo, Ruy fez uma bela jogada, marcando o gol e dando esperança para os tricolores. Porém, os visitantes não se omitiram e balançaram a rede duas vezes em apenas dois minutos, Ramalho aos 14 e Júlio César aos 16. No Maraca, então, logo começou a ecoar vaias e muitas cobranças dos torcedores. Mas, não adiantou. Empolgado, o time goiano ainda fez mais dois, Felipe aos 26 e Iarley aos 35, selando de vez a crise no Fluminense.
A situação do tricolor é reflexo de seus problemas internos. O clube está afundado em dívidas que não devem ser equacionadas nem tão cedo. Além disso, o Flu e a Unimed não estão se entendendo muito bem. As contratações são mal planejadas, a parte técnica é uma bagunça, só se preocupam com o marketing. O patrocinador gasta uma grana alta, e, mesmo assim, não se vê resultados positivos. Hoje, foi anunciada a contratação de Renato Gaúcho como técnico, de novo. Será que vai adiantar?
O pior não é nem a penúltima colocação, e sim a falta de credibilidade, talento, atitude. Um clube partido por dentro influencia a atuação da equipe em campo. E quem sofre são os torcedores que, se tudo continuar do jeito que está, terão que viver de novo a tristeza do rebaixamento.

O clássico Flamengo e Botafogo, domingo, até foi bastante disputado e teve alguns (talvez dê pra contar apenas com os dedos de uma mão) belos lances. Os dois times realmente buscavam a vitória e tiveram garra, mas não conseguiram fugir do tradicional empate de 2x2. No primeiro tempo, o Botafogo abriu o placar, aos 34 minutos, com um gol de Alessandro. O lance era irregular, mas nem o bandeirinha, nem o árbitro marcaram o impedimento. O Flamengo correu atrás e empatou, aos 40 minutos, com um gol de cabeça de Adriano, após uma cobrança de falta. No segundo tempo, o Bota saiu na frente de novo, com Renato, de cabeça, e tentou segurar o 2x1. Mas, já perto do fim, aos 43 minutos, Emerson deixou tudo igual de novo.
O grande ponto negativo foi a enorme quantidade de passes errados, de ambos. Foram gritantes. Além disso, a zaga rubro-negra não ganhava uma bola pelo alto. Os destaques foram os chutes do botafoguense Juninho. Ele, em todas as cobranças de falta, acertava uma bomba no gol, dificultando a vida do goleiro Bruno. Foi, inclusive, com rebote de uma falta cobrada pelo zagueiro, que o Alessandro fez o primeiro gol do jogo.
Depois de uma partida feia no Maracanã, cada time somou um ponto e o Botafogo passou a ser o 17º colocado da competição, entrando, assim, na zona de rebaixamento. Já o Flamengo se manteve como 10º na tabela.

O futebol carioca sai perdendo. Já tem apenas 3 representantes no campeonato (lembrando que o Vasco está na série B) e pode ver mais um, ou quem sabe até dois, se despedindo este ano. Fora isso, a chance de um time carioca ir para a Libertadores já é pequena, quanto mais ser campeão. É uma pena.


Por: Raysa Himelfarb

Um comentário:

Por Rafael Coelho e Raysa Himelfarb disse...

O pior é que todo ano é isso. Ano passado foi a vez do Vasco sentir na pele essa falta de organização e vergonha na cara.

To achando que esse ano vai ser a vez do Fluminense. Ninguém se entende lá dentro das Laranjeiras (ou CFZ, sei lá). Nem dentro, nem fora do campo.

Como mudar isso? Sinceramente, não tenho muita esperança. É tudo questão de planejamento, mas o que os clubes mais fazem é acumular dívidas. Aí fica difícil ...


Beijos!