segunda-feira, 13 de julho de 2009

E a casa caiu


“Salve-se quem puder”. As famosas palavras nunca caíram tão bem para o mundo futebolístico. Em um dia como o de hoje, em que três técnicos brasileiros foram demitidos, iniciamos esse blog para mostrar que mulher também entende de futebol. Antecipo-me dizendo que não é porque gostamos mais desse esporte, que ignoramos a existência dos outros. Pelo contrário, se for necessário, comentaremos fatos importantes dos mesmos. Sem mais delongas, voltemos ao assunto inicial...

Ao final da décima rodada do Campeonato Brasileiro, neste domingo, três treinadores tiveram que abandonar seus cargos. Carlos Alberto Parreira foi demitido do Fluminense após ver o tricolor perder, em casa, para o Santo André e, por conta do resultado, entrar na zona de rebaixamento. Vagner Mancini foi dispensado do Santos ao ser derrotado por 6 a 2 pelo Vitória. Por fim, Márcio Bittencourt foi demitido do Náutico, após sofrer goleada diante do Palmeiras.

Mas, para quem acha três saídas um grande número para um dia, o que dizer de nove para dez rodadas de uma competição? Pois é... Lá no inicio do Brasileirão, mais precisamente na quinta rodada, o Atlético-Pr dispensou o técnico Geninho - que, alias, foi anunciado, hoje, como novo treinador do Náutico, após a saida de Bittencourt. E vejam como o destino é engraçado: algumas rodadas antes, Waldemar Lemos trocou esse mesmo Náutico por aquele Atlético-Pr, sem ser demitido. Além dessas duas trocas de treinadores, outras quatro ocorreram. Ficaram desempregados Vanderlei Luxemburgo, ex Palmeiras, Muricy Ramalho, ex São Paulo, Nelsinho Baptista, ex Sport e Marcelo Rospide, ex Grêmio, lembrando que essas aconteceram nas primeiras rodadas do Campeonato.

A verdade é que a queda de treinadores está cada dia mais comum no futebol. Não só esses técnicos tinham chance de sair de seus clubes, como outros já tiveram, ou ainda têm, seus cargos ameaçados. Dificilmente, vemos um treinador que passe anos em uma única equipe - até o Muricy Ramalho, que, cá entre nós, era eterno no São Paulo, caiu. Mas, estranho mesmo é quando comparamos os números brasileiros com os europeus. Desde o inicio da era dos pontos corridos no Brasileirão, em 2003, o Fluminense trocou de técnico 17 vezes. Na Itália, a Inter de Milão trocou apenas três. Será que o problema é com os treinadores nacionais?

Fica a pergunta no ar... E nesse vai-e-vem de técnicos, quem sofre é o time, porque é importante lembrar que futebol não é igual a Jornalismo, que você presencia um fato e escreve sobre ele. No futebol é preciso tempo: não é pegar uma equipe e treinar, é preciso conhecer. E conhecimento, meus caros, leva tempo. É por isso que eu digo: "Salve-se quem puder".


Por: Carla Araújo


6 comentários:

Por Rafael Coelho e Raysa Himelfarb disse...

Antes de comentar o post, fica aqui o meu desejo de boa sorte à vocês, meninas. =)


Esse vai-e-vem não é de hoje. Se o time para de ganhar, a culpa é dada ao técnico, como se ele fosse um mágico capaz de definir quando a equipe vai vencer ou não.

É preciso PACIÊNCIA da diretoria. O trabalho em um time só rende frutos quando o treinador tem controle total do mesmo, e, convenhamos, isso não é uma coisa que acontece da noite pro dia.


Beijos,

Rafael Castello Branco

Bernardo de Vasconcellos Edler disse...

Iraado o blog, vou add no meu!

Eu acho que todo ano é assim, e pelo visto vai continuar sendo. Demitir treinador é mais fácil, mais barato e pode fazer uma média com a torcida. Agora, quando o elenco é ruim, não tem treinador que dê jeito.
Acho até válido renovar um trabalho desgastado e tal mas com moderação. Trocas constantes mostram a instabilidade e falta de planejamento dos times. Pode ver, ninguém faz boas campanhas tendo 3 ou 4 técnicos por ano.

Beijos

Markinhos disse...

Boa tarde Carlinha e meninas. Venho aqui comentar, pois estou muito feliz com a iniciativa de vocês. Tenho consciência de que precisam de apoio e incentivo para continuarem. No mundo de hoje o preconceito se espalha por todas as partes, e no futebol, ele também é facilmente identificado. É bom certas pessoas perceberem que mulheres, podem sim, saber mais ou tanto quanto nós homens.
Parabéns novamente e no que precisarem podem contar.

Rafael Magliano disse...

Realmente muito boa a iniciativa de vcs, meninas. Comentários femininos em relação ao futebol e até ao esporte, em geral, estão cada vez mais fortes e vcs estão de parabéns por entrarem nessa corrente. Parabéns pelo texto Carla, mostra que vcs estão realmente por dentro do futebol e dos assuntos mais falados atualmente. Fica aqui o parabéns e o incentivo ! Vocês tem talento !!

Bjasso!

RAUL disse...

boa noite meninas!
Parabens pelo blog.
A materia inicial ta muito boa, porem fazer um pequeno comentario critco, a inter de milão é italiana e não espanhola.

Fora esse deslize esta tudo otimo.
Continue assim que logo veremos vcs como em grandes veiculos de divulgaçao esportiva.

Unknown disse...

Olá Meninas,

Parabéns pelo texto, o assunto troca troca de técnicos é muito polêmico mesmo, ainda mais aqui no Brasil onde vemos os patrocinadores mandando nos clubes, escolhendo quem contratar e quem demitir, no FlUnimed ou melhor no Fluminense/Unimed quem é que manda o Horcades ou o Celso Barros ? O que vocês dirão de um clube onde os jogadores contratados pelas patrocinadora recebem em dia e os contratados pelo clube tem seus salários atrasados ? será que temos uma equipe de verdade neste caso, é claro que não e quando há este racha quem paga o pato - o treinador. Fico por aqui pois as jornalistas são vocês.

Beijocas

Pedrosa